Depois de quase dois anos seguranças do Carrefour de Osasco-SP são indiciados por crime de racismo. Decisão é uma conquista do movimento, avalia ativista
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – 
O indiciamento por tortura de cinco seguranças que  espancaram o vigilante Januário Alves de Santana no estacionamento do  supermercado Carrefour é uma conquista na luta contra o racismo, segundo  o coordenador do departamento jurídico do Instituto do Negro Padre  Batista, Sinvaldo Firmo. A organização tem um convênio com a Defensoria  Pública de São Paulo para atender casos de crimes de discriminação  racial.
Januário é negro e foi espancado pelos seguranças do supermercado,  em Osasco, na grande São Paulo, ao tentar entrar no seu próprio carro,  uma Ecosport. O crime ocorreu em agosto de 2009, mas somente nesta  semana a polícia indiciou cinco dos envolvidos.
Segundo o delegado do 9º Distrito Policial de Osasco, Léo Francisco  Salem Ribeiro, falta apenas a decisão judicial a respeito de um habeas corpus,  impetrado por um sexto envolvido, para que o inquérito seja concluído.  De acordo com o delegado, o crime de tortura foi configurado com base  nos relatos e nas provas materiais colhidas durante a investigação.
Sinvaldo afirma que o indiciamento tem valor simbólico por ser algo  ainda raro no país. “Acho que tem uma importância muito forte para a  nossa luta contra o racismo no Brasil”, ressaltou. Na opinião dele,  resta agora ver como será a atuação do Ministério Público no caso e a  decisão final da Justiça.
O Carrefour informou, por meio de nota, que afastou os funcionários envolvidos no caso e que colaborou com as autoridades.
Edição: Lílian Beraldo
 
 
 



