quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O político de carreira, o sistema político e a perpetuação no poder

O político de carreira, o sistema político e a perpetuação no poder

* Por Jornalista NATAN de Guarulhos


É fato e notório a grande perpetuação no poder nos diversos cargos políticos, tanto no legislativo como no executivo. Desde 97, quando Foi aprovada a emenda constitucional nº. 16 que instituiu o direito de qualquer candidato eleito para uma legislatura, se candidatar à reeleição para este mesmo cargo ou outro, já no próximo pleito, muitos políticos passaram a usufruir dessa vantagem e continuam no poder político até os tempos atuais. Muitos políticos detentores de cargos públicos e concorrentes ao legislativo ou executivo, para se garantirem no poder, abusam do poder econômico de seus mandatos para proveito na conquista de votos em tempos de eleições. Desrespeitam a legislação eleitoral, burlam as regras do jogo, em detrimento aos candidatos novatos. Isso sem contar os patrocínios de grandes grupos econômicos, que fecham acordos, às vezes escusos e contrários aos interesses da grande maioria da população. A justiça eleitoral e os órgãos fiscalizadores nada fazem. O MP denuncia, a PF finge que investiga e a Justiça Eleitoral faz de conta que pune. E nada acontecem. Haja vista o que acontecido nas últimas eleições. Alias, que fim levou as investigações da PF no caso da denúncia de fraudes nas urnas eletrônicas em Guarulhos nas eleições de 2004? Em se tratando de grande mídia, por que só a TV Bandeirantes noticiou? Perguntas que não vão se calar. A maioria dos partidos, alguns fisiológicos, se dispõem como verdadeiros instrumentos a serviço da perpetuação. Pouco importam a eles a alternância do poder, ou o fortalecimento da democracia, que de certo modo poderia colocar em risco seus status dentro do pais. Muitos chegam a pregar a democracia, a igualdade e a fraternidade, mas na verdade a estória é uma só: "Pouca farinha meu pirão primeiro". Exigem ética, fidelidade partidária de seus membros, mas muitas das vezes desrespeitam o seu próprio estatuto e jogam fora suas principais bandeiras de lutas. Encrustado na agremiação partidária, desestabiliza a relação daquele que se insubordinam e não aceita a cooptação por parte do grupo dominante, forçando-o a desistir de seus principais objetivos. Isso demonstra claramente a pratica de uma política de desarticulação e isolamento total, impedindo de expressar suas idéias ou convicções, e não explica-lhe o porquê disso tudo. Tudo em nome de um projeto maior, que muitos militantes até de cabelos grisalhos não sabem o que é. Tudo vale nessa batalha de espaço pelo "pudê". A destruição se dá também pela perseguição política, englobando vigilância acentuada e constante.

Agora convenhamos, o segundo mandato de alguns políticos reeleitos, normalmente são piores e pífios do que o primeiro. Alias com relação a todo esse alvoroço em torno das questões do Voto Aberto, Reforma Política, Lista aberta ou fechada, não devemos esquecer que os atores políticos que encenam esta peça no Congresso Nacional, na verdade, não querem a participação da sociedade civil organizada, e tentam fazer isso tudo, na surdina sem grandes alardes, para também se perpetuarem no poder.


* Foi Candidato a Vereador em 2004, ficou fora da disputa em 2008,. É membro da International Alliance Of Journalists, Diretor no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo e militante pró-Reforma Política no Brasil.
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